domingo, 12 de fevereiro de 2012

Síndrome da Comparação Social: um mal feminino?


Todo mundo sente inveja. Nem que seja uma pontinha. Nem que seja “boa”. Mas o que acontece se ela se torna crônica, patológica até, a ponto de fazer comparações o tempo todo: “Hum, ela é mais nova e já ganha o dobro”. “Ah, o casamento foi muito mais bombado do que o meu…” Às vezes, a comparação pode ser até positiva: “Ela teve um bebê aos 42 anos, há esperança para mim ainda.”. Noutras, há uma tentativa de resgatar o que se tem de bom: “Ela pode ter milhões no banco, mas eu tenho um marido bacana”.
De qualquer maneira, essa necessidade crônica de tomar o outro como referência é o que os especialistas chamam de Síndrome da Comparação Social. Resulta principalmente da ânsia moderna de estar sempre bem – e mostrar isso. E essa ansiedade é mais aguda nas mulheres, até porque são mais cobradas socialmente. Elas têm de estar sempre jovensbonitassaudáveis, ser boas profissionais e ainda ter filhos na idade certa… “A pressão que as mulheres têm sobre elas mesmas tem crescido nos últimos anos”, diz a psicóloga americana Jane McCartney. “Hoje temos mais oportunidades, mas isso criou uma expectativa de aproveitar todas elas e fazê-las bem”.
OS HOMENS SÃO MAIS DESCONTRAÍDOS
O psicólogo Jacqui Marson concorda com Jane e acrescenta. “Somos estimulados nesse mundo capitalista, a ter sempre necessidade de algo, para consumirmos mais. E as mulheres são particularmente vulneráveis a isso” diz ele. “E embora os homens se preocupem com o status, são mais descontraídos em vários aspectos: juventude, por exemplo”.
publicitária Helena Barcelos, 30 anos, acredita que a pressão diária faz com que ela se compare a todo momento com as colegas: “Ainda não tenho filhos e fico pensando se a gravidez não vai atrapalhar minha carreira. Tomo a vida das minhas amigas como referência, discuto o assunto no Facebook. Também vejo aquelas que não são mães: são mais bem sucedidas? Essas e outras questões – não só referentes à maternidade, vêm à minha cabeça a toda hora”.
RIVALIDADE PELAS REDES SOCIAIS
Os especialistas afirmam que, assim como Helena, muita gente fica comparando os momentos da vida pelas redes sociais. Em outras palavras, a intensa comunicação pela internet também faz com que as comparações de todos os níveis se tornem mais latentes.

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